quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A passagem dos invasores franceses por Viseu - I, por Pedro Costa


A passagem dos franceses por Viseu em 1810 durante a 3.ª invasão, embora nunca tenha sido profundamente estudada nas suas consequências, foi e ainda é um momento triste da história da cidade. Pilhagens sem conto, destruições em número ainda maior, barbaridades e actos desumanos, são imagens que muitos textos nos transmitem.

As intenções destes autores não permitem levantar dúvidas sobre a veracidade destes factos. Porém, foi esse o momento único em que acontecimentos dessa natureza ocorreram na história de Viseu? Por outro lado, o número relativamente abundante de páginas que lhes foram dedicadas comparado, por exemplo, com o das que foram escritas sabia as invasões castelhanas durante a Idade Média – que raramente ultrapassaram a simples menção – não põe em evidência a enorme importância das invasões francesas? No entanto, na realidade, elas foram um marco na história de Viseu ou, pelo menos, deixaram marcas profundas?
(Continua)

As Invasões, por Hugo Pinho


Invasões Francesas: a defesa das Linhas de Torres Vedras


Incursões militares de tropas francesas sobre o território português levadas a cabo, nos anos de 1807-1808, 1809 e 1810-1811, sob a direcção, respectivamente, dos marechais Junot, Soult e Massena.

A razão imediata das invasões relacionou-se com a recusa portuguesa em aderir ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão em relação à Inglaterra, no ano de 1806. Para agravar a situação, em Agosto do ano seguinte, França apresentou um ultimato ao governo português: ou este declarava guerra à Inglaterra até dia 1 de Setembro ou as fronteiras nacionais seriam cruzadas pelos soldados franceses. Na medida em que a aliança anglo-lusa não foi quebrada, a ameaça foi cumprida em meados de Novembro.

O poderio militar gaulês aconselhou a que não fosse oferecida oposição de maior aos invasores. No entanto, a família real e a corte acharam por bem embarcar e instalar-se no Brasil de modo a evitar o seu aprisionamento e a manter a independência nacional.
Ainda antes de as atingirem, em 1810, os franceses perderam a batalha do Buçaco. O exército napoleónico foi depois obrigado a suster o seu avanço ante as linhas de Torres, acabando por se retirar na Primavera de 1811.

Portugal sofreu grandes danos materiais causados pela luta armada e pelos saques franceses, bem como pela táctica de terra queimada que ingleses e portugueses recorreram com o objectivo de evitar maiores proveitos aos invasores. No plano económico, a agricultura e, em particular, a criação de gado ressentiram-se a ponto de a subsistência alimentar não ter sido assegurada nos anos que seguiram a 1811.

Do mesmo modo, diminui a produção industrial, acarretando a redução de remessas para as colónias. Por outro lado, a impossibilidade de continuar a fazer-se a redistribuição dos produtos brasileiros através do território português obrigou, em 1808, à abertura dos portos brasileiros à navegação estrangeira.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Invasões Francesas, por Débora Oliveira

Napoleão Bonaparte

Antes das Invasões:
Anos antes destas invasões, em 1973, corsários franceses começam a atacar navios portugueses. A Espanha alia-se a Portugal e invadem França. Em 1975 acaba a guerra sem vencedores e, traiçoeira e secretamente, a Espanha alia-se aos franceses negociando uma invasão conjunta a Portugal com vista a uma sua partilha. A Espanha, agora aliada da França, declara guerra a Portugal em 27 de Fevereiro de 1801. Em Maio, cerca de 40000 espanhóis comandados por Manuel Godoy, favorito da rainha de Espanha, ajudados por cerca de 15000 francesas sob o comando de Leclerc invadem Portugal iniciando a "Guerra das Laranjas". Não tendo o sucesso militar sido tão estrondoso como o desejado apesar de terem vencido todos os recontros com um desmoralizado exército português, e conquistado parte do Alto Alentejo incluindo Olivença, as tropas espanholas retiram de Portugal depois de elaborarem um tratado de paz em 6 de Junho chamado Tratado de Badajoz, obrigando Portugal a pagar uma elevada indemnização de guerra, e a entregar Olivença à Espanha.
Datas:
A 1ºInvasão foi em 1807, tendo como chefe Junot, a 2ºInvasão foi passado dois ano isto é, 1809 chefiada por Soult e a 3ºInvasão Francesa foi em 1810, passado nada menos do que um ano, que como chefe teve Masséna.

Junot

Em Novembro de 1807 deu-se a 1ºInvasão, um exército Francês comandado por Junot que, incluindo soldados espanhóis, entra em Portugal pela Beira Baixa, caminhando por terras da margem norte do rio Tejo. O exército português muito enfraquecido, não estava em condições de se opor a um adversário com a fama de invencível, pelo que o regente D. João decidiu transferir a corte para o Brasil, aconselhando que não se resistisse aos invasores. Em Portugal deixa uma junta, ou regência, de cinco membros e dois secretários, presidida pelo marquês de Abrantes. Os invasores ocupam Lisboa e Junot, exonerando a junta, proclama-se governador de Portugal e dissolve parte do exército português transformando-o na Legião Portuguesa que seria usada em Espanha, França e noutras zonas da Europa lutando por Napoleão.

Soult

Em Fevereiro de 1809 dá-se a 2ºInvasão sob o comando do marechal Soult. Os Franceses entram em Portugal por Chaves, Trás-os-Montes, avançando até ao Douro. Os habitantes do Porto fogem utilizando uma ponte de barcas, que ligava o Porto à actual Vila Nova de Gaia. A ponte cede e centenas de populares morrem afogados que ficou chamada Tragédia da Ponte das Barcas, mas, mais uma vez, as tropas anglolusas vencem os Franceses, obrigando-os a retirar em Maio de 1809.

Massena

Em Julho de 1810, dá-se a 3ºInvasão, com o invencível marechal francês Masséna comandando um exército que entra pela Beira Alta, ocupando Almeida, Mangualde e Vizeu, mas são parados pelas forças anglolusas em Buçaco. Em vez de se retirar, Masséna decide mudar de trajecto e invadir Lisboa via Coimbra, mas é novamente parado nas linhas fortificadas de Torres Vedras, a mais exterior das três linhas fortificadas que protegiam Lisboa. Bate em retirada, sempre perseguido pelas nossas tropas. Em Espanha, o exército Espanhol muda de ideias e junta-se aos Portugueses e Ingleses escorraçando os Franceses para o interior de França onde se travaram as batalhas de Tolosa e Bordéus. Os Franceses desistem de Portugal, de vez, assinando um acordo de paz, o tratado de Paris.Esta campanha Francesa, que terminou apenas em 1814, ficou conhecida como a Guerra Peninsular, por ter unido a Península Ibérica contra os Franceses. Em 1814/1815, realiza-se o congresso de Viena no qual Olivença, que tinha sido ocupada pelos Espanhóis, é restituído aos Portugueses, facto que a Espanha não aceitou, nem consumou, até hoje.

Em todas as Invasões o coordenador foi o mesmo Napoleão Bonaparte ou em frânces Napoléon Bonaparte, que nasce com o nome de Napoleone di Buonaparte, que nasceu em Ajaccio, Córsega, 15 de Agosto de 1769, e que morreu em Santa Helena, 5 de Maio de 1821
Apôs as Invasões:
As invasões Francesas causaram enormes prejuízos a Portugal, em todos os quadrantes da sua vida, incluindo o roubo de valiosos tesouros e de obras de arte, destruição de monumentos, assassinatos, etc, e contribuíram para a difusão de ideias liberais, que iriam alterar profundamente o pensamento social e político dos portugueses.Em 1817 há uma tentativa de revolta liberal que é dominada e em que o general Gomes Freire de Andrade, acusado de ser o cabecilha da revolta, é executado junto à Fortaleza de S. Julião da Barra. Em 24 de Agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford no Brasil, dá-se outra revolução no Porto que, saindo vitoriosa, acaba com a interferência política inglesa, põe termo à monarquia absoluta, e reclama o regresso de D. João VI.

As Invasões Francesas, por Daniela Costa

Batalha do Buçaco
A 1ª invasão francesa

As tropas francesas comandadas por Junot passaram a fronteira portuguesa a 19 de Novembro de 1807, onde se instalaram em Castelo Branco. Os invasores roubaram tudo quanto encontraram nas diferentes casas. Estes continuaram a sua marcha em direcção ao sul chegando a Abrantes no dia 23 do mesmo mês, de seguida já a 27 de Novembro dormiram na Golegã, a 29 já se encontravam no Cartaxo e na manha de 30 por volta das 9 horas entraram em Lisboa.
Já em Lisboa Junot escolheu o Palácio de Quintela para instalar o seu quartel-general. Desde logo, começou a tomar decisões de desagrado aos portugueses, mandado substitui a bandeira Portuguesa pela bandeira Francesa no Castelo de S.Jorge e acabando com a “Junta de Regência”, nomeada pelo príncepe D.João, e passou ele próprio em nome de Napoleão a governar Portugal. Ao mesmo tempo Junot também distribuiu as tropas francesas, num total de 50 000 soldados, por todo o território português . De Norte a Sul e do litoral ao interior, os franceses destruíram culturas, incendiaram povoações, mataram pessoas e roubaram igrejas, casas e solares aquilo que lhes pareceu ter valor.
A população portuguesa reagiu contra o invasor. E em vários pontos do país apareceram espontaneamente movimentos de resistência popular.
Mas entretanto, a pedido dos portugueses e porque também eram nossos aliados chegou a praia de Lavos cerca de 9000 militares ingleses vindos de Inglaterra.
E em Agosto de 1808, um exército anglo-português, comandado por Arthur Wellesley venceu os franceses, atacando-os nas batalhas de Roliça e de Vimeiro. Estas derrotas obrigaram Junot a pedir a paz e assinar o tratado Convenção de Sintra no qual se comprometeu a sair de Portugal levando atrás as suas tropas francesas.

A 2ª invasão francesa:

Mas no entanto, Napoleão não desistiu de conquistar Portugal e em Março de 1809, deu-se a 2ª invasão comandada agora por Soult, que se dirigiu ao Porto. Soult encontrou grande resistência e acabou por ter de abandonar Portugal.




A 3ª invasão francesa:

Porém em Julho de 1810 de novo Portugal foi atacado pelas tropas francesas agora comandadas por Massena, cuja fama era de nunca ter sido derrotado. Desta vez as tropas dirigiram-se para Coimbra onde se deu a batalha do Buçaco. Nesta batalha o exército anglo-português provocou muitas baixas nas tropas francesas, mas o exército francês tentou a todo o custo, chegar a Lisboa, mas as chamadas “linhas Torres Vedras” defenderam com distinção a cidade com os seus fortes canhões. Massena foi então obrigado a desistir e a retirar-se definitivamente de Portugal a 4 de Março de 1811.

A partir desta data e até hoje mais nenhuma tropa francesa invadiu Portugal na esperança de derrotar os portugueses e assim conquistar Portugal.